Asas secretas
por Paulo Vinhal, em 09.06.16
Agora que acordaste mantém-te aí sentada. Voa secretamente nas tuas velhas asas de pássaro de cartão. Queima o teu tempo no tempo e nas mentes prostituídas pela insónia e pela brutalidade de todas as mãos em sangue. Destrava a linguagem rude e a desatenção visível, porque com as minhas velhas asas de pássaro de cartão, também eu acordei e estou aqui sentado e atento, a voar secretamente no tempo queimado.