Desligar
por Paulo Vinhal, em 08.06.16
O farrapo do coração, já velho e elegante, acende-se para tudo o que é antigo. Emociona-se ao ver passar coisas a que ninguém dá valor. Faz crescer os braços como raízes por todos os recantos das coisas e, no epicentro do medo, cresce conforme a estética do mundo. A aura eletrónica e hostil dos objetos pousados por toda a parte é esfaqueada repetidamente pelo perdão dos sonhos mudos que reconstroem a realidade passo a passo. É quando à vista de todos o invisível se expande. É quando a razão definha e o coração de carne distende a musculatura livremente através da filosofia endócrina dos dias. É quando todos estão em sintonia e eu desligado.