Silêncio
por Paulo Vinhal, em 23.05.16
Dá-me esses cancros colados na tua pele e esses teus ossos carbonizados pelo sabor dos repastos, que com os tentáculos deste Cristo antigo e estoico como um animal com escamas acabado de sair das profundezas da lama, vou-te libertar com corda e chumbo. Espero pelo cair das asas e pelo acordar da luz, silencioso como um carneiro. Espero sempre por ti e como já te ameacei, vou entrar pela tua casa dentro com o meu exército, abrir as portas e as janelas de par em par e libertar-te desses grilhões que te seguram às pedras.