Símbolos de tinta
por Paulo Vinhal, em 27.07.16
Santa carne. Golpe de faca. Quisera eu que o teu coração queimado, no solo rasgado da primavera, salvasse os palmos de terra que piso em botas de tropa dos claustros e dos lamaçais. Sobe querida até junto de mim. Do antro à vida. Enterra os teus símbolos de tinta da carne na minha carne. Acorda em alegria e sede e morre livremente nos meus braços estendidos pelos protões dos teus braços. Nos teus olhos sem cor o arco das cores desfaz-se em sonhos. É o limite perpendicular do teu transe esquemático, a minha cólera, a tua força, os meus ombros caídos, as tuas asas de palha.